sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Taubaté pode ampliar busca
por pessoas desaparecidas

Vereadora Pollyana Gama (PPS) prepara Projeto de Lei que autoriza
o Executivo a criar banco de dados para facilitar localização de pessoas

Criar meios para que o Poder Público Municipal contribua efetivamente na busca por pessoas desaparecidas. Aos poucos, esta corrente liderada por uma mãe que perdeu a filha de 23 anos, em outubro de 2009, em Carapicuíba, na grande São Paulo, vai ganhando força ao se transformar em lei municipal em algumas cidades. Foi com este objetivo que a vereadora Pollyana Gama (PPS) recebeu na manhã desta sexta-feira, 29, Sandra Moreno, idealizadora de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular “pela pessoa desaparecida no Brasil”.

A vereadora Pollyana Gama (PPS) conduz reunião que discutiu projeto
sobre pessoas desaparecidas; parlamentar vai propor Projeto de Lei 
Sandra veio acompanhada do vereador Nenê Crepaldi (PMDB), de Carapicuíba, autor do Projeto de Lei 1954/13 que “dispõe sobre a autorização ao Prefeito para criação de órgão de apoio à Política Estadual de Busca de Pessoas Desaparecidas, via instalação de Banco de Dados no âmbito Municipal”. O texto autoriza ao Executivo instalar um banco de dados para possível localização de pessoas desaparecidas no perímetro do município por meio de ampla divulgação e desenvolvimento de programas e ações de inteligência entre os órgãos públicos.

Há um ano Sandra recolhe assinaturas para viabilizar a apresentação do Projeto de Lei no país. Até hoje, foram colhidas cerca de 10 mil, no entanto, faltam ainda mais de 1 milhão e 300 mil adesões. A proposta nasceu quando a mãe, tomada pelo desespero, criou um “quebra-cabeça” para dividir as ações que deveriam ser tomadas pelos órgãos públicos para localizar a filha, mas não foi. Sandra diz que o texto contempla tudo que não temos. “Faltam ferramentas e a finalidade do texto-base é criar formas que facilitem a busca por estas pessoas”, destaca.

Entre as propostas estão a implantação de delegacias especializadas em cidades com população superior a 100 mil habitantes; sistema interligado sobre pessoas desaparecidas com polícias federais, Interpol e fronteiras e integração do boletim de ocorrência entre delegacias de todos os Estados brasileiros. “É necessário otimizar este processo por que as Polícias dos Estados não se conversam, cada uma fala uma língua e isso dificulta a localização”, afirma Sandra Moreno.

Taubaté - A vereadora Pollyana Gama prepara um Projeto de Lei para propor a mesma iniciativa em Taubaté. No texto, a parlamentar vai incluir a prestação de serviço de divulgação das pessoas desaparecidas por meio da TV Câmara. “Entendo que o Poder Público Municipal pode ser um grande parceiro neste sentido, pois, afinal, as pessoas vivem nos municípios. Estamos nos aprofundando nesta questão para lapidar o projeto que será proposto”, ressalta.

As munícipes Maria Viana e Fausta Rodrigues, moradoras em Taubaté, participaram da reunião. Ela é irmã de Antonio Rodrigues Viana, de 59 anos, desaparecido desde o dia 27 de abril de 2011. Até hoje o homem não foi encontrado.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A balança da igualdade

Pollyana Gama convida o leitor a refletir sobre a situação do negro em nossa sociedade desigual

Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora, professora
E mestre em Desenvolvimento Humano

Somos uma nação livre da escravidão, do preconceito? Imaginar do lado de uma balança os quase quatro séculos de história da escravidão em nosso país e, do outro, pouco mais de cem anos da lei áurea, permite visualizar o peso que esse triste período exerce, ainda, na atual condição da população negra em nosso país.

Infelizmente, ainda somos um povo que não aprofunda seu olhar para essa situação, ainda que tenhamos em nossa composição demográfica uma maioria negra, conforme revela o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa, baseada em dados do Censo-IBGE de 2010, pela primeira vez na história brasileira, o número de cidadãos negros é 6,5% superior ao de brancos. Em números, isso equivale a 97 milhões de pessoas declaradas negras (pretos ou pardos), ante 91 milhões de brancos.

Talvez sejam essas as razões pelas quais após uma semana comemorarmos o dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de Novembro – dia da morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida em 1645 –, permaneci reflexiva sobre o tema. Anualmente a Câmara Municipal de Taubaté promove Sessão Solene em comemoração ao dia instituído para exaltar a brava luta do líder negro do Quilombo dos Palmares e propor discussões a respeito de políticas afirmativas a respeito.

A cada sessão que sou oradora busco desenvolver o discurso entrelaçando dados históricos com dados de pesquisas atuais para aprimoramento da nossa análise da realidade. No ano passado discorri sobre as cotas nas universidades. Parti de uma recordação que tenho do professor Pasquale Cipro Neto, em 2010, quando questionado a respeito de ser a favor ou contra a lei das cotas. Na época, sua resposta impulsionou o público a pensar e alguns, penso, que tiveram o que chamo de "despertar de consciência".

Disse ele que, de fato, o que precisa ser feito é uma educação básica pública de qualidade que permita aos jovens – independentemente da sua cor, raça, situação econômica – ter condições de ingresso e permanência para que se obtenha o êxito no ensino superior. Contudo, o professor Pasquale ponderou que seria injusto, diante de tudo que os negros vivenciaram ao longo de uma história de opressão e exclusão, ficarmos indiferentes e não estabelecermos meios para se reparar as distâncias existentes, fruto desse histórico. A cota é um deles.

Tendo por base o pressuposto de que a educação/conhecimento favorece ao cidadão à conquista de seu emprego, neste  ano tratei da realidade vivenciada pelos negros no mercado de trabalho brasileiro. O povo brasileiro é dotado de diversidade devido à miscigenação, mas rico em desigualdade. O abismo existente no mercado de trabalho entre negros e não negros exemplifica as disparidades nesse setor. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam, por meio do estudo “Os Negros no Mercado de Trabalho”, que um trabalhador negro recebe, em média, um salário 36,11% menor que um trabalhador não negro.

Segundo o levantamento, os negros recebem menos em qualquer comparação que se faça, seja por setores de atividades, seja por escolaridade. Isso sem contar os apontamentos de pesquisas que mostram ser preponderante o continuísmo de situações nas quais um indivíduo negro tende a ser o último a ser admitido e o primeiro a ser dispensado de uma colocação profissional, ou, ainda, a ocupar o status de maioria nos quadros de informalidade e de desemprego.

Até mesmo a juventude composta por negros sofre com a realidade de menores oportunidades. No livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil, Adailton Silva, Josenilton da Silva e Waldemir Rosa discorrem um capítulo inteiro tratando das discrepâncias que os jovens negros enfrentam, principalmente no que se refere à educação e ao mercado de trabalho. Os autores destacam o fato de os jovens negros estarem sobrerrepresentados no segmento de jovens que não trabalham e nem estudam, além de sua admissão no mercado de trabalho estar marcada por condições inferiores em comparação com as de jovens brancos.

Ou seja, o mesmo povo que foi escravizado, tornando-se a viga mestra para a construção da economia brasileira, é o povo que ainda hoje sofre com a discriminação racial, e vê comprometida sua participação à frente do desenvolvimento econômico, ao ser suprimido preconceituosamente do mercado de trabalho formal, principalmente em cargos que ocupam linhas hierárquicas do topo da pirâmide de uma organização.

O mercado de trabalho mostra a acentuada distância entre a liberdade proclamada e a liberdade vivenciada.  Ao ter a autonomia como um dos condicionantes para a liberdade, qual a autonomia que a maioria dos negros brasileiros possui nesse cenário? Refiro-me a autonomia que possibilita o indivíduo viver em grupo e atuar como protagonista de sua própria existência, fazendo escolhas, em uma sociedade branca, amarela, vermelha, negra, composta, acima de tudo, por seres humanos.

Espero que nosso artigo de hoje favoreça a você, leitor, a não tão somente ter consciência como também a ser consciente. Não é de hoje que insisto nisso: ter é bem diferente de ser! Muitos sabem o que é não ter preconceito, pois têm consciência. Mas quantos desses não são preconceituosos? Ser consciente é agir. Infelizmente, aquele “peso na balança”, a que me referi logo no início, ainda influencia muito em nossas atitudes.

Veja o artigo publicado originalmente no jornal Gazeta de Taubaté:


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Davi Zaia e Pollyana trazem
150 mil para Pronto Socorro

A pedido da vereadora, Secretário Estadual de Gestão Pública
propõe emenda para aquisição de equipamentos

O Pronto Socorro Municipal de Taubaté se prepara para receber os equipamentos e mobiliários que serão adquiridos por meio de emenda do Secretário Estadual de Gestão Pública Davi Zaia. Nesta quarta-feira, 20, o Secretário e a vereadora Pollyana Gama (PPS) estiveram na unidade para tratar sobre os materiais que serão adquiridos com o recurso de R$ 150 mil referente à emenda.

A diretora clínica do Pronto Socorro Municipal, Dra Rosa Celado, mostra ao
Secretário Estadual de Gestão Pública, Davi Zaia, condições do PS Municipal
“O recurso já foi liberado. A relação dos materiais necessários também já nos foi encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde. Viemos para que o Secretário conhecesse de perto as necessidades do nosso Pronto Socorro e para comunicar que o processo encontra-se em fase de licitação e que, em breve, os equipamentos estarão em Taubaté”, contou Pollyana, que formalizou o pedido de emenda ao secretário.

Na oportunidade, Davi e Pollyana foram recebidos pelo secretário municipal de saúde, João Ebram Neto, pela diretora clínica do Pronto Socorro, Dra. Rosa Celado e pela gerente de saúde, Ana Lucia Valvano. “A nossa intenção é conhecer as prioridades para também somarmos esforços na busca de melhorias para o Pronto Socorro Municipal. Temos a vereadora Pollyana, que é um forte elo”, disse Davi Zaia.

Para Pollyana, o apoio do Secretário é fundamental para que a cidade obtenha avanços na área da Saúde. “É mais uma força que se soma a todas as outras que buscam melhorias para a Saúde. Toda a ajuda é bem-vinda quando o assunto é oferecer melhores condições para a população”, afirmou a vereadora. 

Luz, câmera e ação!

Pollyana Gama destaca a criação do Festival de Cinema de Taubaté e nossa vocação para a 7ª arte

Como se fosse uma luz que se avista ao fim do túnel, felizmente, foi aprovado pela Câmara Municipal, em regime de urgência, a nosso pedido, na última quarta-feira, dia 13, o Projeto de Lei 158/2013 que cria o Festival de Cinema de Taubaté. Uma iniciativa altamente louvável da Secretaria Municipal de Cultura que foi acatada pelo Prefeito e transformada nesta ação que poderá trazer Taubaté novamente à “Cena do Cinema Nacional”.

Como educadora e presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara Municipal, vejo a matéria como oportunidade para a retomada, a todo vapor, das produções cinematográficas locais, tal como em 1973 quando o cinema já vivia os seus dias de glória. Amácio Mazzaropi era o rei das bilheterias em todo o território brasileiro. Além do Cine Palas, tínhamos outras salas de espetáculos que, semanalmente, viviam lotadas: Cine Metrópole, Cine Urupês, Cine Odeon e Cine Boa Vista, este último na Vila das Graças.

Quando a bela limousine conversível descia a rua das Palmeiras em direção ao majestoso Cine Palas, com o largo sorriso de Mazzaropi, o entusiasmo tomava conta da multidão que se aglomerava e aplaudia o grande astro do cinema nacional que chegava para a sessão de lançamento de “Portugal, Minha Saudade”, filme produzido nos estúdios da PAM Filmes, em Taubaté.

A PAM Filmes produziu uma série de tramas nos seus estúdios localizados na Fazenda Santa, no Bairro dos Remédios. Infelizmente, com o falecimento de Mazzaropi, em 1981, aos 69 anos, os filmes deixaram de ser produzidos em nossa cidade. Hoje, no local, temos um museu cinematográfico e um conceituadíssimo hotel fazenda de luxo, eleito por cinco anos consecutivos pelos leitores da Revista Viagem & Turismo como o Melhor Hotel Fazenda do Brasil, onde turistas e visitantes podem ter acesso ao acervo deixado pelo nosso grande cineasta. 

Nasci no ano de 1975, portanto, boa parte do sucesso de Mazzaropi pude conhecer por meio dos registros históricos e pelos contos de parentes e amigos que tiveram o privilégio de vivenciar aqueles momentos. Meu pai, inclusive, foi figurante em alguns dos filmes de nosso cineasta. Em um deles, “Jecão, um fofoqueiro no céu”, gravado em 1977, ele aparece numa cena de briga com o dentista Daniel Sbruzzi, recém-homenageado pela Câmara Municipal.

Os tempos mudaram e hoje as salas de cinema estão localizadas, prioritariamente, em espaços que atraem muitos consumidores, a exemplo dos shoppings. Aliás, em minha pesquisa do mestrado em Desenvolvimento Humano, constatei que a opção cultural mais cultivada pelos estudantes é justamente o cinema.

Retornando ao Festival de Cinema, a atividade não apenas contribuirá para o resgate daqueles grandes momentos culturais vividos pelos taubateanos quando lotavam as salas de cinema no passado, mas, também, para impulsionar a cadeia econômica ligada ao turismo em nossa cidade. Afinal, uma das propostas é estimular o gosto pela produção audiovisual e, melhor que isso, proporcionar meios que viabilizem projetos de artistas tanto amadores quanto profissionais.

Importante observar que um Festival como esse não pode ser reduzido apenas ao período de sua realização – que será regulamentado por decreto do Prefeito. É necessário contemplar um projeto de responsabilidade social/cultural envolvendo a comunidade local ao longo do ano. Isso exige muito empenho do Poder Público e parcerias com o setor privado. Como para 2014 a peça do PPA (Plano Plurianual) enviada à Câmara não inclui o Festival, elaborei emenda sugerindo o repasse de R$ 50 mil anualmente ao projeto. Claro que o dinheiro não é autossuficiente para a manutenção do mesmo, mas contribui com o resultado da parceria público-privada que, acredito, será estabelecida para este acontecimento.

O economista e jornalista Luis Nassif publicou em seu blog no último dia 6 o artigo “O renascimento do cinema nacional”, no qual nos mostra números otimistas que indicam as grandes possibilidades que se apresentam para o atual momento do cinema. Ele relata que até o início do mês foram vendidos no mercado interno 22 milhões de ingresso para filmes brasileiros. Nessa conta entrou apenas a primeira semana do filme “Meu passado me condena”, que estreou com a segunda maior bilheteria do ano, conforme informações obtidas com Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema).

O momento atual para o cinema brasileiro é muito promissor. Taubaté com a aprovação do projeto de lei que cria o Festival de Cinema e com a estruturação necessária da nossa Secretaria da Cultura para este fim poderá, sem sombra de dúvidas, avançar na consecução de uma política de cultura e turismo, geradora de receitas para o município. É nosso dever preservar, pois, afinal, Taubaté foi berço de um dos principais cineastas do país: Amácio Mazzaropi. Para 2014: Luz, câmera, ação!

Veja o artigo publicado no jornal "Gazeta de Taubaté":


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Feriado é dia de festa

Pollyana Gama aborda no artigo desta terça-feira
a polêmica sobre o feriado de 5 de dezembro

Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora, professora
e mestre em Desenvolvimento Humano

Durante a última semana muito se falou sobre o projeto de lei que altera a data do feriado de 5 de dezembro para 5 de fevereiro. Sou uma das autoras do projeto e, até mesmo por isso, observei a movimentação de vários setores da sociedade em torno do tema.

A palavra feriado vem do latim feriatus, que significa “aquilo que está em festa”, isto é, dia de comemoração. Na contramão do significado etimológico da palavra, nós, brasileiros, nem sempre festejamos nossas datas a não ser pelo fato de ser um dia a mais de descanso.

O número de feriados já foi muito maior, mas com a Revolução Industrial, muitos foram suprimidos justamente porque os dias não trabalhados representavam prejuízos ao progresso. Assim como no passado, os números comprovam que um feriado é capaz de comprometer a economia. A matemática é bem simples: menos dinheiro entrando é igual a menos dinheiro sendo investido. Isso, no comércio, pode significar menos contratações e, em um município, menos investimentos em setores como saúde, educação e segurança.

Em Taubaté, por exemplo, segundo os dados do Núcleo de Pesquisa Econômico Sociais (Nupes), o impacto financeiro provocado pelo feriado atingiria não somente o comércio, que perderia uma boa fatia dos valores da primeira parcela do 13º salário paga aos trabalhadores de Taubaté, como também a arrecadação tributária do município, que poderia perder somente neste dia cerca de R$885 mil de ICMS.

Contudo, embora pertencentes a uma sociedade capitalista, somos uma terra rica em história. E não queremos abrir mão dela, até porque o futuro está intimamente ligado ao passado e ao caminho percorrido até o nosso presente.

Em 5 de dezembro de 1645 Taubaté foi elevada à condição de Vila, que resultou na primeira instância política do Vale do Paraíba. Foi a partir dessa data que foi instituída a nossa Câmara Municipal. Porém, foi em 5 de fevereiro de 1842 que o barão de Mont’Alegre elevou Taubaté e outras vilas – como Itu, Sorocaba, Coritiba, Paranaguá e até Campinas, que antes era denominada Villa S. Carlos – à categoria de cidade.

Uma data jamais poderá se sobrepor a outra, é verdade. Porém, se a discussão gira em torno de valorizar a nossa história, é necessário que ensinemos aos nossos cidadãos e, principalmente às futuras gerações o valor de cada uma delas, até mesmo para que população de Taubaté avance em sua tradição, sua história e sua cultura, fazendo valer o “dia de festejar” e não o dia de somente descansar. Afinal, quem conhece ou sabe diferenciar esses dois marcos históricos? Aliás, ainda tem muita gente em Taubaté que acredita que o feriado do dia do padroeiro marca a data de aniversário da cidade.

Contamos na cidade com um excelente trabalho idealizado pelo pesquisador Pedro Rubim, com o seu Almanaque Urupês. O projeto se baseia na valorização histórica e cultural de nosso município, enaltecendo a história de modo que o nosso presente e o nosso futuro sejam igualmente valiosos ao nosso passado. Também temos vários pesquisadores da Universidade de Taubaté, que lutam bravamente pela manutenção de nossa identidade, reforçando a importância do folclore, do cinema local, dos prédios históricos etc.

Ainda no intuito de valorização da identidade, tramita na Câmara Municipal um projeto de lei, de autoria do vereador Nunes Coelho (PRB) que institui a Semana de Taubaté. A proposta é festejar o nosso orgulho taubateano por meio de atividades culturais, enfatizando a importância da nossa história, que se encontra com a história do Brasil, e, de forma educativa, fazer com que o taubateano conheça o valor de suas datas.

A discussão sobre o feriado nos faz refletir se o que queremos é um dia de folga ou um dia de festa cívica e de fortalecimento de nossas tradições. Na Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Taubaté, no último dia 5, o debate originou sugestões salutares, vindas de representantes do setor comercial, de jornalistas, historiadores e também vereadores. Todos foram unânimes quanto à necessidade de um maior envolvimento cívico por parte de toda população com a história de nossa cidade.


Se a intenção é festejar, a defesa de um feriado não se justifica. A comemoração de uma data estaria muito mais ligada ao intenso trabalho de valorização e de manutenção de nossas tradições, do que ao simples descanso promovido por um feriado e à torcida de que ele seja prolongado.

Artigo publicado no jornal "Gazeta de Taubaté":


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pollyana Gama quer documentos
adicionais para analisar PPA

A vereadora Pollyana Gama (PPS) pediu à Prefeitura de Taubaté o documento analítico que amparou a elaboração do PPA (Plano Plurianual). Os vereadores ainda não tiveram conhecimento do planejamento real, que especifica não apenas contabilmente, mas textualmente as ações previstas no projeto, explicou a parlamentar.

Segundo ela, a maioria dos cidadãos que não possuem conhecimentos em contabilidade pública não tem facilidade de compreensão do orçamento, contrariando os princípios de prestação eficiente de serviços públicos.

O PPA prevê investimentos da Prefeitura, do Instituto de Previdência do Município, da Universidade de Taubaté e suas fundações para o quadriênio 2014-2017. Define diretrizes, objetivos e metas da administração pública municipal para as despesas relativas aos programas de duração continuada.

As diretrizes devem seguir macro-objetivos, tais como gestão adequada dos recursos face à crise econômica e no período pós-crise; fomento de atividades geradoras se desenvolvimento econômico e social; e atendimento ao desenvolvimento e dignidade humana por meio das áreas da saúde, assistência social e educação.

O PPA está em discussão na Câmara e tem seu conteúdo analisado em audiências públicas; a primeira aconteceu no dia 4; a segunda está prevista para ocorrer dia 14. Está disponível para download na página da Câmara na internet, www.camarataubate.sp.gov.br.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sejamos responsáveis

Pollyana Gama escreve sobre a posse responsável de todos os animais de estimação

Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora, professora
e mestre em Desenvolvimento Humano

Pollyana posa ao lado de seu cão, Thor
Ontem, dia 4 de novembro, um mês após a data em que a comunidade católica festejou o dia de São Francisco das Chagas (4 de outubro), padroeiro de Taubaté e considerado protetor dos animais, senti o desejo de escrever um pouco sobre “posse responsável de animais”. Estes seres vivos tão especiais, mas que, por muitas vezes, tornam-se vítimas de abandono e maus tratos provocados por seres que prefiro considerar “não humanos”.

A palavra responsabilidade tem origem no latim “respondere” que significa “responder; prometer em troca”. Na prática, ser responsável nada mais é que se responsabilizar por alguém ou alguma coisa, independentemente dos seus atos. No caso dos animais, a posse responsável implica em ser responsável antes ainda de se ter um deles em casa, tendo, primeiramente, o comprometimento consigo mesmo diante da decisão de se ter um bichinho.

Em uma rápida pesquisa na internet, certamente você encontrará inúmeras dicas sobre o tema, no entanto, gostaria de compartilhar parte dos “Dez Mandamentos da Posse Responsável de Cães e Gatos” da Associação Humanitária e Bem-estar Animal Arca Brasil (www.arcabrasil.org.br) – entidade não governamental e sem fins lucrativos – quem vem ao encontro daquilo que acredito ser fundamental para garantir uma boa acolhida.

Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados; Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida: tamanho, peculiaridades, espaço físico; Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove-o e exercite-o regularmente; Recolha e jogue os dejetos (fezes) em local apropriado; Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local.

Em Taubaté, recebi um relatório das atividades desenvolvidas neste primeiro semestre pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O documento revela que foram realizadas 1.429 castrações na população animal entre janeiro e julho – média de 205 mensalmente. Desde 2009, quando o trabalho foi intensificado, foram 12 mil procedimentos. A cirurgia de esterilização é um meio eficaz de evitar o aumento do número de animais nas ruas. Segundo a estimativa do CCZ, a cidade tem hoje um cão ou gato para cada 5 habitantes, o que totalizaria cerca de 60 mil animais.

Com essas ações o município não apenas preserva a vida dos animais, mas garante melhor qualidade de vida aos moradores, reduzindo o número de caninos e felinos abandonados pelas ruas. Esta situação vulnerável pode resultar em disseminação de doenças por conta da exposição humana perante estes animais soltos nas ruas sem receber qualquer tipo de tratamento.

Sou autora da lei 3935/06 que institui a Semana de Conscientização à Proteção de Animais, comemorada na primeira semana do mês de outubro. O objetivo da legislação em vigor é ampliar o debate em torno de temas ligados ao uso e comercialização; abate e consumo; tráfico e extinção; vivissecção; proteção e preservação e posse responsável. É um respaldo legal a ações de instituições que desenvolvem trabalhos neste sentido em Taubaté.

Ações como a dos voluntários da Associação Vida são estrategicamente importantes. Trata-se de um grupo de pessoas que dedicam parte de suas vidas à defesa e proteção dos animais, conhecidos como protetores independentes que, sozinhos, desenvolvem há anos ações para ajudar os animais de nossa cidade. A entidade promove a educação e conscientização sobre posse responsável, mutirão de castração, campanha de vacinação, apura maus tratos, realiza feiras de adoção. Mas a potencialização deste trabalho pode ocorrer com o apoio cada vez maior e planejado do Poder Público.

Ao mesmo tempo em que o Poder Público precisa investir com medidas saneadoras para estas ações, defendo a criação de mais um Centro de Zoonoses para atender a chamada parte baixa da cidade. É preciso ampliar esta corrente e contribuir com a busca do equilíbrio entre o que se quer e o que se pode ter com responsabilidade ao nortear nossas escolhas. Sejamos responsáveis...

Aqui, o artigo publicado originalmente no jornal "Gazeta de Taubaté", nesta terça-feira, 5 de novembro de 2013: