segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Estamos de olho: Crise do Lixo

Clipping

O Vale
08/10/2011
Pág. 04


Lixo no bairro Esplanada Santa Terezinha, onde três empresas prestam serviços de coleta à prefeitura sem licitação; administração diz que pretende abrir concorrência, mas não estipulou prazos.


Sem licitação, Peixoto dobra gastos com lixo em Taubaté



Em 9 meses, governo gasta R$ 2,9 milhões em coleta, o dobro de todo o ano passado; vereadores cobram licitação urgente

Simone Gonçalves
Taubaté

Para conter a ‘crise do lixo’ em Taubaté, a prefeitura dobrou os gastos com o serviço entre 2010 e 2011, por meio de contratos sem licitação com terceirizadas.

Em 2010, o prefeito Roberto Peixoto (PMDB) gastou R$ 1,56 milhão no serviço de coleta. Neste ano, somente até setembro, já foram aplicados R$ 2,9 milhões.

Os valores constam nos dados sobre compras fornecidas no site da prefeitura.

Em 2010, apenas a empresa A. Fernandez Engenharia e Construções Ltda dava suporte para a coleta de lixo.

Segundo a administração, ela fornece três caminhões utilizados para receber os resíduos e leva-los até a estação de transbordo, no bairro Chácara Silvestre.

Neste ano, foram contratadas, sem licitação, a Cidal - Cidade Limpa Ltda e a Vitoria Trading Ltda.

A Cidal disponibiliza seis caminhões para a coleta e 24 funcionários (6 motoristas e 20 coletores). Ela já recebeu R$ 2,47 milhões.

A Vitoria Trading fornece dez caminhões, utilizados pela prefeitura para recolher entulho e resíduos depositados irregularmente em terrenos baldios.

Contratos. As novas empresas foram contratadas pelo governo para tentar resolver o problema com a coleta, que era alvo de reclamações dos moradores.

Eles criticavam o descumprimento do cronograma de atividades e a escassez de funcionários e veículos.

O resultado era a falta de recolhimento de lixo nos bairros. Em áreas periféricas, os moradores chegavam a ficar uma semana sem que o caminhão de lixo recolhesse os resíduos. Na zona rural, a espera chegava a 15 dias, segundo os moradores.

O reforço no setor conseguiu avanços, com a redução das críticas. “Está passando nos dias certos, teve uma época que ficamos sem saber quando o lixeiro viria, agora está no dia que é para passar”, disse a doméstica Mara Silvia Moreira, 44 anos, moradora do Jardim das Nações.

“A coleta melhorou, espero que continue assim, era muito ruim ficar com o lixo por dias no cesto, ficava um mau cheiro”, disse a dona de casa Suely Maria Chagas, 53 anos.

Reação

Vereadores afirmaram que houve melhora no setor, mas criticaram o valor investido e a ausência de licitação. “O serviço emergencial pode ser utilizado por um período mas, se ele assume caráter permanente, dá margem para dúvidas quanto ao preço. Já houve tempo para que uma licitação fosse aberta”, disse Pollyana Gama (PPS).

“A situação pedia ação rápida, mas este valor está muito alto, a lei prevê a licitação, ela tem que ser feita”, disse Maria das Graças (PSB).

Outro lado

O secretário de Serviços Públicos, Roberti Costa, disse que a ampliação do custo se justifica pelo aumento e melhoria no serviço.

“O serviço era deficiente, o valor era menor, mas se deixava muito a desejar. Hoje temos manutenção de verdade.”

Segundo ele, a prefeitura prepara licitações para o setor. “Já encaminhamos toda a documentação para análise do financeiro, as licitações devem ser abertas em breve”, disse.

Elas deverão contemplar a coleta de lixo doméstico, de entulho e coleta seletiva.

 
fonte: Jornal O Vale
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