Edital convocatório não
estipula prazo de entrega dos produtos e não oferece minuta do contrato,
conforme leis 8666/93 e 10520/2002; Prefeitura pretende adquirir mais de 38 mil
livros
A vereadora
Pollyana Gama (PPS), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara
Municipal de Taubaté ingressou ação na Justiça no início da tarde desta
quinta-feira, 6, para impedir a compra suspeita de 38.964 exemplares de livros
de 22 obras diferentes a um custo de R$ 1,4 milhão. O pregão está agendado para
ocorrer no próximo dia 10. Os livros seriam para compor o acervo da Biblioteca
do Professor da Rede Municipal de Ensino.
Pollyana ajuizou ação no início da tarde desta quinta-feira, 6, em Taubaté |
O pedido de
anulação está fundamentado nas leis 8666/93 (artigo 40), que estabelece normas
gerais sobre licitações e contratos administrativos, e 10520/2002 (artigo 3º), sobre
a modalidade pregão. Entre outras coisas, os textos exigem que o edital
convocatório discrimine o prazo para entrega dos produtos e a minuta do
contrato proposto pela Administração Municipal, o que não foi cumprido pela
Prefeitura de Taubaté.
“Se a Prefeitura
corrigir a tempo os erros no edital, iremos apoiar o projeto. Afinal, há mais
de dois anos cobramos a criação da Biblioteca do Professor, mas de maneira séria,
ordeira e planejada. Queremos a implantação do projeto o quanto antes, mas é necessário
agir conforme determina a lei para não comprometer os recursos públicos”,
destaca Pollyana.
Cartilhas – Em setembro deste ano a Justiça de
Taubaté suspendeu o processo licitatório para a compra de 34.650 exemplares do
livro “Um Tirano Chamado Fumo”, da empresa fluminense Zit Editora. A denúncia
foi feita pela vereadora Pollyana Gama, com base no alto custo do serviço e no
próprio edital de licitação, que não exige formação técnica da empresa para
capacitar os professores.
Um dos
trechos do despacho diz que “no caso vertente, o não deferimento da tutela
de urgência pode implicar em prejuízos irreparáveis ao Município, aos
correqueridos e mesmo à própria empresa vencedora do certame. Primeiro por
eventual dispêndio de numerário, aos requeridos porque, se prejudicado o
Município por serem feridos preceitos legais, devam ressarcir o Município e à
empresa vencedora do certame, litisconsorte passiva necessária, porque,
igualmente poderia perder o seu produto (material) e (intelectual), que pode
estar embutido na expressão “capacitação”, da qual não se tem, até agora,
maiores e melhores esclarecimentos, além de prejuízos com a logística para
transporte de livros e de distribuição”.
Pollyana afirma
que a capacitação poderia ser feita por profissionais da Universidade de
Taubaté ou da própria Rede Municipal de Ensino. “A Prefeitura poderia fazer um
convênio com a Unitau, reduzindo o custo do serviço e valorizando os nossos
especialistas”. Somente o serviço de capacitação pode custar R$ 500 mil aos
cofres públicos.
Abaixo, a íntegra da ação movida pela vereadora Pollyana Gama:
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