O resultado das eleições, além de mostrar um país dividido, alerta para a necessidade de se trabalhar para todos com responsabilidade. Isso implica que o governo federal, ao elaborar suas ações para execução das políticas públicas, considere desempregados, trabalhadores e empreendedores. Não se faz política pública e programas sociais sem recursos. Para quem acompanha as contas do governo federal não é novidade que já há algum tempo gasta-se mais do que se arrecada. É preciso equilibrar essa “equação”. Caso contrário, estaremos fadados a “descobrir um santo para vestir outro”.
As constantes retiradas da Previdência Social, que entre 2008 a 2012 registraram saldo negativo de R$ 309 milhões, são exemplos dessa prática reveladora da fragilidade de se planejar, executar e ordenar receitas e despesas nas instituições públicas. Captar e utilizar recursos públicos exige responsabilidade e habilidade em todas as etapas: desde viabilizar meios para que o empreendedor possa empreender, gerar riqueza, emprego, renda e, consequentemente, receita para os cofres públicos, até aplicação desses recursos nas políticas públicas de forma otimizada, eficiente e satisfatória para todos que dela usufruem. Amo nosso país de Norte a Sul! Tenho felicidade de conhecer um pouquinho de cada uma de nossas regiões, tanto suas belezas quanto suas tristezas.
E por falar em tristeza, é justamente esse o sentimento que me inunda quando leio ou ouço ofensas aos nossos irmãos nordestinos, devido ao resultado das eleições. Por outro lado, a tristeza também me adentra ao observar o uso do sofrimento desse povo e de suas fragilidades para se ganhar o poder ou nele se manter. Nosso país, rico em sua diversidade, natureza e sotaques nos oferece o seu melhor. E nós, o que podemos oferecer a ele? Nosso trabalho, amor, esperança, nossa atitude! Certo? Acredito que ninguém pode oferecer o que não tem. Sendo assim, acredito também que todos que se julgam mais “politizados” poderiam oferecer aos que julgam “despolitizados” algo construtivo ao invés de adjetivos pejorativos. Penso que a indignação só é válida quando é propulsora de dias melhores. Caso contrário, o discurso raso de ódio e carregado de preconceito, por parte de alguns, só alimentará a divisão e desigualdades existentes.
Ações politiqueiras que sobrevivem da miséria humana — miséria que não se restringe aos aspectos econômicos, mas que abrange aspectos de saúde, educacionais, sociais, culturais e tantos outros — são tão ou mais cruéis que a própria miséria, pois revela ausência de humanidade por parte de quem as pratica. É por essa razão que é necessário assistir a quem tem pouco mas, paralelamente, criar alternativas empreendedoras que ofereçam ao cidadão condições reais para seu desenvolvimento pleno e emancipação social, como indivíduo ativo da sociedade à qual pertence. Isso é dignidade humana, isso é politizar uma sociedade. A ausência de reais oportunidades para garantia da sobrevivência explica boa parte dos movimentos migratórios recorrentes.
Nosso Brasil precisa compreender que nossa oferta pode ser traduzida numa atitude consciente, empreendedora e sustentável – de cada um de nós — para fazê-lo um país de todos. Vamos trabalhar!
Artigo publicado na Página 2 da edição do dia 04/11/2014 do jornal O Vale http://ideias.ovale.com.br/artigo-vamos-trabalhar/
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