Atendendo à
solicitação da vereadora Pollyana Gama (PPS) e da ONG Coalização Comunitária
Antidrogas, o Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Unitau,
desenvolveu um relatório sobre a dependência química em Taubaté. A pesquisa
contou com o apoio da Acit (Associação Comercial e Industrial) e da Fapeti (Fundação
de Apoio à Pesquisa, Tecnologia e Inovação).
O relatório levantou
dados quantitativos na cidade, entrevistando 387 pessoas entre junho e julho de
2015.
Administrador e
pesquisador do Nupes, o Prof. Me. Odir Cantanhede Guarnieri observou que os
entrevistados foram abrangentes quando falavam de casos de dependência em sua
família, o que resultou nos seguintes dados: 32% utilizam o cigarro, 35%
bebidas alcoólicas, e 18% fazem o uso de maconha.
Na tentativa de
prever e concretizar ações para conseguir retirar as pessoas presas ao vício, o
professor relatou que 73% das pessoas entrevistadas disseram desconhecer
serviços que ofereçam os cuidados necessários para um tratamento das drogas, porém
24% disseram conhecer ações de auxílio advindas, em sua maioria, de comunidades
terapêuticas e médicos particulares.
“Algo que me
chamou a atenção foi que a droga é um problema presente na sociedade, porém,
está escondida. Todo mundo vê, todo mundo sabe, mas ninguém fala. Fica aqui
minha recomendação para os órgãos públicos, para que se abra uma porta de
diálogo junto à sociedade. Esse seria um caminho positivo para o enfrentamento
das drogas”, evidenciou Guarnieri.
Outra questão
levantada pelo Nupes foi a veiculação de propagandas e embalagens de bebidas e
cigarros em pontos comerciais. A pesquisa apontou que 85% das pessoas são
favoráveis à proibição.
Ao final da
pesquisa, o Nupes questionou seus entrevistados quanto às soluções cabíveis
para evitar ações criminosas, como o tráfico de drogas: 66% disseram que a conscientizção
nas escolas sobre as drogas é a principal medida a ser tomada, depois vem o maior
investimento em operações policiais, com 35%.
O comandante da 1ª
Companhia da Polícia Militar, capitão Pereira, relatou que, em 2015, 32% das
apreensões feitas na cidade foram de adolescentes envolvidos em atos
infracionais ou portando drogas.
Comentando as
ações da Prefeitura, a gerente da área administrativa da Secretaria de Saúde,
Tatiana Amaral, frisou programas como “Crack, é possível vencer”, o Caps-AD
(Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas) e o consultório de rua que
auxilia o tratamento de pessoas que se encontram em vulnerabilidade social.
O presidente da Coalizão
de Taubaté e do Comad (Conselho Municipal Antidrogas), Reinaldo Galdino,
agradeceu a vereadora Pollyana pelo apoio e ressaltou que, quando começou a
trabalhar com o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência),
procurou os dados relacionados aos problemas das drogas no município, mas não
havia essa informação. “Muitas vezes, as pessoas não se dão conta do que está
acontecendo em nossa sociedade. As pessoas começam a se preocupar com a
dependência química quando está instalada na sua residência.”
A Coalizão tem a
proposta der lançar uma campanha intitulando “O comerciante legal”, recompensando
aquele que cumprir a lei e não vender bebidas para menores de 18 anos.
Pollyana Gama
afirmou que o objetivo da audiência, além de apresentar a pesquisa, é compartilhar
o que tem sido feito, organizar um documento com o relato de cada representante
para
que, a partir disso, possa apresentar uma proposta estruturada e otimizar o
trabalho.
A parlamentar ressaltou
que é necessário investir mais no diálogo com o adolescente e comentou que
existem escolas estaduais e também em outros Estados desenvolvendo a formação
integral, no qual o estudante é o protagonista. “Em Taubaté, na rede municipal,
também avançamos na oferta de vagas em período integral para nossos alunos.
Tenho relatos de que há comunidades que têm buscado atividades extracurriculares
no contraturno. Os avanços são percebidos e nossos apontamentos são sempre no
sentido de colaborar”, ressaltou.
“Nós temos quatro
ou cinco escolas com capoeira, mas outras comunidades não desejaram a capoeira.
O interessante é ouvir quem está sendo assistido, para quem a gente oferece a
escola em período integral. Dentro do que você sonha para sua vida, o que a escola
pode oferecer para que você alcance isso de forma sadia, generosa, colaborativa”,
completou a parlamentar.
A vereadora
ressaltou que o problema é da sociedade, cabendo ao poder público promover cada
vez mais espaços para otimizar as linhas de atuação de forma que tenha um
resultado mais eficiente.
Pollyana encerrou
a audiência ressaltando o trabalho da Coalizão, Polícia Militar e Civil, Universidade,
Secretarias da Saúde e de Educação, o trabalho de psicólogos, pastorais de igreja,
grêmio estudantil e comunidades terapêuticas. Para ela, “a audiência serviu
para propor uma estratégia de ação para melhores resultados, mais dignos, que
tratem das vidas na cidade com o devido cuidado e responsabilidade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário