Irani Lima (19/12/2010)
A honestidade não é um dom da natureza, que você recebe ao nascer. Ela é uma virtude/obrigação que você deve cultivar ao longo da vida. Todos nascem honestos e assim deveriam permanecer até a morte.
Porém, a vida é pródiga em nos oferecer oportunidades para que pratiquemos atos desonestos, graves ou leves. Praticá-los, portanto, é uma falha de caráter a que todos estamos sujeitos.
A religião explica, à sua maneira, que essa falha de caráter natural é um “pecado venial” (leve), que é perdoado pelo batismo do indivíduo. É um ato simbólico, que não muda o caráter de ninguém.
O caráter vai se formando no individuo com a educação domiciliar, escolar e social que recebe desde os primeiros anos de vida e as influências dos grupos sociais com os quais passa a conviver partir da idade escolar.
Estes grupos sociais se formam naturalmente, seja na escola, seja na igreja, seja no trabalho. Pode ser a turminha do bairro. Os indivíduos se aproximam por um processo de escolha e afinidade. Ela pode recair sobre grupos políticos, artísticos, religiosos, e de malfeitores. A escolha é individual. A família não encaminha o indivíduo para a marginalidade. É uma escolha pessoal, sobre a qual todos pagam o preço social imputado para cada delito.
A desonestidade campeia em todo o mundo, nas mais diversas formas. A corrupção é a mais conhecida de todas. É a ferrugem do poder público. Torna os impolutos frágeis e sujeitos a fazer a vontade dos corruptores.
A fragilidade do caráter humano é que torna possível a existência de corruptos e corruptores. Ambos são desonestos e não cumprem a obrigação primeira do homem.
A desonestidade se manifesta das mais variadas formar. Desde “furar” fila para ser atendido rapidamente, como se a pressa fosse exclusividade do “furão”, à aceitação de propina para fazer ou deixar de fazer algo ou tomar uma atitude que deveria por obrigação de ofício.
A corrupção sempre habitou o mundo político, desde a Grécia antiga. Avançou pelos domínios romanos, atravessou a Idade Média e se espalhou como uma praga pelo mundo recém-descoberto por navegadores portugueses e espanhóis nos últimos anos do século XV.
Se me perguntassem se seria possível acabar com a desonestidade, responderia que não, mas não abrandaria a crença de que o homem é desonesto porque quer, porque não cuida de seu caráter e aceita a desonestidade como algo da natureza humana. Acabar com a desonestidade, portanto, é simples.
Basta ser honesto!
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