quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Congada, 100 anos de Anacleto Rosas e esculturas de Fordão são celebrados na Câmara


Congada de São Benedito


Com objetivo de “promover a valorização de costumes”, a Câmara de Taubaté realizou em 23 de agosto solenidade comemorativa ao dia do folclore, ocasião em que a vereadora Pollyana Gama (PPS) destacou a importância do poder público garantir a sobrevida da cultura popular.

Entre os ingredientes que compõem essa cultura, Pollyana enalteceu a viola caipira do compositor Anacleto Rosas Júnior, a Congada de São Benedito, as peças de barro dos figureiros e as obras do artista plástico José Roberto de Moura “Fordão”.

“Infelizmente, sabemos que muitos desses costumes, técnicas e lembranças correm o risco de não sobreviverem à velocidade do mundo moderno. O cinema, o rádio, a televisão e agora a internet, tal qual uma grande vitrine, colocam à disposição da sociedade um mundo de informação e diferentes culturas”, disse a vereadora, em seu discurso.

“Periga, então, a cultura local ser deixada de lado, daí a importância do Estado intervir, financiando e promovendo a cultura local. Por isso, defendo que nós, políticos, devemos zelar pela manutenção da nossa cultura no imaginário popular, sobretudo dos mais jovens”, concluiu.


Vereadora Pollyana Gama,
Rubens Rosas Junior e Rossana Rosas

A solenidade contou com três diferentes homenagens. A primeira foi feita ao centenário de nascimento de Anacleto Rosas. “Precisamos garantir que a viola de Anacleto Rosas viva, que por tantos anos fez o meio de campo entre o Brasil rural, de municípios coirmãos como São Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra e Bananal, com as periferias de Taubaté.”

“Eram as músicas de raiz dos programas do Anacleto que embalavam os trabalhadores do campo que para cá vieram em busca de uma vida melhor e que colaboraram imensamente com o desenvolvimento da cidade”, disse Pollyana.

Em homenagem ao compositor, além de um vídeo produzido pelo Memorial da Câmara, foi entregue diploma de honra ao mérito e flores aos netos de Anacleto, Rubens Rosas Junior e Rossana Rosas.

Na ocasião, fez uso da palavra o acadêmico Martinho Monteiro, da cadeira nº 9 da Academia Valeparaibana de Letras e Artes, que tem Anacleto como patrono. “Foi um dos maiores compositores brasileiros, e tive prazer de conhecê-lo pessoalmente, através das duplas sertanejas Souza e Monteiro e Tinguassi e Guaporã.”

“Em 2004, participei de um concurso para ingresso na Academia Valeparaibana de Letras e Artes e, sendo aprovado, precisava de um patrono. Na galeria de imortais da AVLA vi os nomes de Monteiro Lobato, Mazzaropi e outros. Não constando o nome de Anacleto Rosas, fiz contato com seus familiares e recebi autorização para que seu nome fizesse parte daquela galeria”, explicou Martinho.


O artista plástico Fordão

Na sequência, a vereadora Pollyana apresentou o artista plástico Fordão. “Dizem que trabalha com brilho nos olhos. Sua arte dialoga com todas as pessoas, ultrapassa barreiras geográficas e encanta brasileiros de diferentes regiões e até mesmo estrangeiros.”

Nascido em São José dos Campos, Fordão se mudou para Taubaté, morou em Redenção da Serra, período durante o qual estudou com o Mestre Justino, e retornou para Taubaté. No vídeo produzido pelo Memorial, Fordão lembrou que, após seu casamento, trabalhou um tempo em fábrica, mas em 1981 tomou a decisão de se dedicar exclusivamente à arte.

Esculturas de madeira do artista plástico ficaram expostas no saguão da Câmara, durante a semana. Além de madeira, ele utiliza outros materiais, como argila e pedra sabão. Ao receber o diploma de honra ao mérito, o artista agradeceu a vereadora e a Câmara, pelo reconhecimento.

Congada

O encerramento da solenidade se deu com apresentação da Congada de São Benedito do Cristo Redentor, que fez uma apresentação no plenário com seus músicos, trajes e estandartes.

"A Congada do Cristo Redentor, desde 1995, integra o calendário cultural do município. O responsável pela vinda da congada a Taubaté foi o luizense Guido Bonifácio, pai da mestra Joaquina de Oliveira, que também nasceu em São Luiz e que hoje receberá a homenagem em nome de todo o grupo”, destacou Pollyana.

Neste momento, ela entregou diploma de honra ao mérito à terceira homenageada da solenidade. “Destaco que Joaquina, com a sua arte, assim como fez Anacleto Rosas Júnior e assim como faz Fordão, cria pontes entre o mundo do campo e o mundo urbano, estreita laços, traz para uma mesma roda o homem do campo e o homem da cidade.”

Joaquina de Oliveira, mestre da Congada
de São Benedito

“Eu nunca pensei em ter uma homenagem tão grande quanto essa”, disse a mestra Joaquina, para, em seguida, dar início à congada: “Eu agradeço a linda palma/ Pra minha casa eu quero levar/ Vou devolver botão de rosa/ Ano que vem vamos aqui voltar.”



fonte: Assessoria de Imprensa CMT

Um comentário: