quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PF decide prorrogar inquérito sobre Peixoto por mais 60 dias

O Vale
04/10/2011


Investigação de fraudes nos contratos de merenda e remédios somam 12 volumes de papéis; defesa nega irregularidades

TAUBATÉ

A Polícia Federal prorrogou por mais 60 dias o inquérito aberto para apurar fraudes em contratos de merenda e remédios da Prefeitura de Taubaté.

A extensão do prazo foi necessária, segundo a PF, para o término da perícia em materiais de informática apreendidos em junho durante a Operação Urupês.

Na ação, foi realizada busca e apreensão de documentos e aparelhos em 13 endereços, localizados em Taubaté e São Paulo. Entre os imóveis estavam o gabinete e a casa do prefeito Roberto Peixoto (PMDB).

Como parte da operação, ele, a primeira dama Luciana Peixoto e o ex-gerente de Compras da administração, Carlos Anderson dos Santos, ficaram presos --o casal Peixoto permaneceu três dias na superintendência da PF na capital e o ex-gerente ficou quatro.

Investigação

O inquérito foi aberto em 2009. A última prorrogação de prazo foi pedida pela PF ao Ministério Público Federal na semana passada --a investigação tinha que ser concluída até dia 28, mas o pedido de adiamento foi concedido pelo MPF.

De acordo com o delegado do caso, Ricardo Carneiro, o tempo extra é necessário para análise das informações contidas em aparelhos apreendidos na operação, como computadores.

Carneiro espera concluir a investigação antes dos 60 dias. "Precisamos aguardar as perícias técnicas, mas é possível que o encerramento do inquérito ocorra bem antes do prazo."

O inquérito é sigiloso. Ao término dele, a PF pode ou não apresentar denúncia contra o prefeito e envolvidos.

A investigação apura fraude em licitações, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e lavage m de dinheiro.

Reação

"A prorrogação era até esperada, pois o inquérito está volumoso. Continuamos tranquilos porque não há nada que se possa apontar contra o prefeito", disse o advogado de Peixoto, Erich Castilhos.

A investigação já soma 12 volumes de papéis.

Não estão previstos novos depoimentos do prefeito ou da primeira dama no caso.

As acusações dividem opiniões na Câmara. "Tudo indica que houve fraude, oito vereadores constataram isso, mas o julgamento da Câmara é político", disse a vereadora Pollyana Gama (PPS).

Ela presidiu a Comissão Processante aberta em maio por denúncias de irregularidades em contratos de remédios. O processo poderia levar à cassação do prefeito, mas foi arquivado em agosto.

"Se a polícia está tendo dificuldades para encerrar o inquérito é porque não está tendo facilidade em encontrar provas contra o prefeito, porque não há mesmo", disse o líder informal do prefeito, Chico Saad (PMDB).

fonte: Jornal O Vale
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