Dinheiro de transferência do Programa
Nacional de Alimentação Escolar não
foi utilizado pelo governo passado; meta
é ampliar investimentos no setor
A Secretaria
de Educação da Prefeitura de Taubaté utilizou uma verba acumulada da gestão
anterior para comprar alimentos da agricultura familiar que serão destinados para
a merenda escolar. Foram cerca de R$ 3 milhões que restaram de repasses do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), durante os últimos anos do último
governo. Com o recurso, foram adquiridos produtos como suco, mel, banana,
arroz, entre outros.
A informação
foi dada na manhã desta quarta-feira, 2, à vereadora Pollyana Gama (PPS),
presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara Municipal. A parlamentar
é uma das incentivadoras da iniciativa no município. “Ano após ano insisto para
oferecermos alimentos de qualidade oriundos da agricultura familiar na rede
municipal. Por isso, faço questão de registrar o empenho da Prefeitura neste
sentido”, destacou a parlamentar.
De acordo com
a coordenadora da alimentação escolar, Alaíde Cândida, o objetivo é fomentar a
atividade local. “Existe um projeto em andamento que vai ampliar esta parceria
com os nossos produtores. A meta é investir cada vez mais nesta modalidade a
fim de estimular o desenvolvimento econômico”, explicou. Para participar, necessariamente,
o produtor deve obter a Declaração de Aptidão (DAP); CNPJ; inscrição no Programa
Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e possuir cerca de 1 alqueire de
terra.
As compras da
Prefeitura são feitas por meio de chamamento público. Em 2014, a previsão é de que
Taubaté receba cerca de R$ 1 milhão para a agricultura familiar.
PNAE - O Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), implantado em 1955, garante, por meio da transferência de
recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação
básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de
jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas.
Seu objetivo
é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em
sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a
aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a
formação de hábitos alimentares saudáveis.
O PNAE tem
caráter suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da Constituição
Federal, quando coloca que o dever do Estado (ou seja, das três esferas
governamentais: União, estados e municípios) com a educação é efetivado
mediante a garantia de "atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade" (inciso IV) e "atendimento ao educando no
ensino fundamental, através de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (inciso
VII).
Atualmente, o
valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada
aluno é definido de acordo com a etapa de ensino:
Creches – R$
1
Pré-escola –
R$ 0,50
Escolas
indígenas e quilombolas – R$ 0,60
Ensino
fundamental, médio e educação de jovens e adultos – R$ 0,30
Ensino
integral (Mais Educação) – R$ 0,90
O repasse é
feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado
no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado
diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar
(CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria
Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo Ministério Público.
O orçamento
do programa para 2013 é de R$ 3,5 bilhões, para beneficiar 43 milhões de
estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Com a Lei nº 11.947, de
16/6/2009, 30% desse valor – ou seja, R$ 1,05 bilhão – devem ser investidos na
compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o
desenvolvimento econômico das comunidades.
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