Pollyana Gama escreve sobre a
posse responsável de todos os animais de estimação
Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora,
professora
e mestre em Desenvolvimento Humano
Pollyana posa ao lado de seu cão, Thor |
Ontem, dia 4 de novembro, um mês após a data em que a comunidade
católica festejou o dia de São Francisco das Chagas (4 de outubro), padroeiro
de Taubaté e considerado protetor dos animais, senti o desejo de escrever um
pouco sobre “posse responsável de animais”. Estes seres vivos tão especiais,
mas que, por muitas vezes, tornam-se vítimas de abandono e maus tratos
provocados por seres que prefiro considerar “não humanos”.
A palavra responsabilidade tem origem no latim “respondere” que
significa “responder; prometer em troca”. Na prática, ser responsável nada mais
é que se responsabilizar por alguém ou alguma coisa, independentemente dos seus
atos. No caso dos animais, a posse responsável implica em ser responsável antes
ainda de se ter um deles em casa, tendo, primeiramente, o comprometimento
consigo mesmo diante da decisão de se ter um bichinho.
Em uma rápida pesquisa na internet, certamente você encontrará inúmeras
dicas sobre o tema, no entanto, gostaria de compartilhar parte dos “Dez
Mandamentos da Posse Responsável de Cães e Gatos” da Associação Humanitária e
Bem-estar Animal Arca Brasil (www.arcabrasil.org.br)
– entidade não governamental e sem fins lucrativos – quem vem ao encontro
daquilo que acredito ser fundamental para garantir uma boa acolhida.
Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de
12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos
necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em
feriados prolongados; Informe-se sobre as características e necessidades da
espécie escolhida: tamanho, peculiaridades, espaço físico; Cuide da saúde
física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao
veterinário. Dê banho, escove-o e exercite-o regularmente; Recolha e jogue os
dejetos (fezes) em local apropriado; Identifique o animal com plaqueta e
registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a
legislação do local.
Em Taubaté, recebi um relatório das atividades desenvolvidas neste
primeiro semestre pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O documento revela
que foram realizadas 1.429 castrações na população animal entre janeiro e julho
– média de 205 mensalmente. Desde 2009, quando o trabalho foi intensificado,
foram 12 mil procedimentos. A cirurgia de esterilização é um meio eficaz de
evitar o aumento do número de animais nas ruas. Segundo a estimativa do CCZ, a
cidade tem hoje um cão ou gato para cada 5 habitantes, o que totalizaria cerca
de 60 mil animais.
Com essas ações o município não apenas preserva a vida dos animais, mas
garante melhor qualidade de vida aos moradores, reduzindo o número de caninos e
felinos abandonados pelas ruas. Esta situação vulnerável pode resultar em
disseminação de doenças por conta da exposição humana perante estes animais
soltos nas ruas sem receber qualquer tipo de tratamento.
Sou autora da lei 3935/06 que institui a Semana de Conscientização à
Proteção de Animais, comemorada na primeira semana do mês de outubro. O
objetivo da legislação em vigor é ampliar o debate em torno de temas ligados ao
uso e comercialização; abate e consumo; tráfico e extinção; vivissecção;
proteção e preservação e posse responsável. É um respaldo legal a ações de
instituições que desenvolvem trabalhos neste sentido em Taubaté.
Ações como a dos voluntários da Associação Vida são estrategicamente
importantes. Trata-se de um grupo de pessoas que dedicam parte de suas vidas à
defesa e proteção dos animais, conhecidos como protetores independentes que,
sozinhos, desenvolvem há anos ações para ajudar os animais de nossa cidade. A
entidade promove a educação e conscientização sobre posse responsável, mutirão
de castração, campanha de vacinação, apura maus tratos, realiza feiras de
adoção. Mas a potencialização deste trabalho pode ocorrer com o apoio cada vez
maior e planejado do Poder Público.
Ao mesmo tempo em que o Poder Público precisa investir com medidas
saneadoras para estas ações, defendo a criação de mais um Centro de Zoonoses
para atender a chamada parte baixa da cidade. É preciso ampliar esta corrente e
contribuir com a busca do equilíbrio entre o que se quer e o que se pode ter
com responsabilidade ao nortear nossas escolhas. Sejamos responsáveis...
Aqui, o artigo publicado originalmente no jornal "Gazeta de Taubaté", nesta terça-feira, 5 de novembro de 2013:
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