terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sejamos responsáveis

Pollyana Gama escreve sobre a posse responsável de todos os animais de estimação

Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora, professora
e mestre em Desenvolvimento Humano

Pollyana posa ao lado de seu cão, Thor
Ontem, dia 4 de novembro, um mês após a data em que a comunidade católica festejou o dia de São Francisco das Chagas (4 de outubro), padroeiro de Taubaté e considerado protetor dos animais, senti o desejo de escrever um pouco sobre “posse responsável de animais”. Estes seres vivos tão especiais, mas que, por muitas vezes, tornam-se vítimas de abandono e maus tratos provocados por seres que prefiro considerar “não humanos”.

A palavra responsabilidade tem origem no latim “respondere” que significa “responder; prometer em troca”. Na prática, ser responsável nada mais é que se responsabilizar por alguém ou alguma coisa, independentemente dos seus atos. No caso dos animais, a posse responsável implica em ser responsável antes ainda de se ter um deles em casa, tendo, primeiramente, o comprometimento consigo mesmo diante da decisão de se ter um bichinho.

Em uma rápida pesquisa na internet, certamente você encontrará inúmeras dicas sobre o tema, no entanto, gostaria de compartilhar parte dos “Dez Mandamentos da Posse Responsável de Cães e Gatos” da Associação Humanitária e Bem-estar Animal Arca Brasil (www.arcabrasil.org.br) – entidade não governamental e sem fins lucrativos – quem vem ao encontro daquilo que acredito ser fundamental para garantir uma boa acolhida.

Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados; Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida: tamanho, peculiaridades, espaço físico; Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove-o e exercite-o regularmente; Recolha e jogue os dejetos (fezes) em local apropriado; Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local.

Em Taubaté, recebi um relatório das atividades desenvolvidas neste primeiro semestre pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O documento revela que foram realizadas 1.429 castrações na população animal entre janeiro e julho – média de 205 mensalmente. Desde 2009, quando o trabalho foi intensificado, foram 12 mil procedimentos. A cirurgia de esterilização é um meio eficaz de evitar o aumento do número de animais nas ruas. Segundo a estimativa do CCZ, a cidade tem hoje um cão ou gato para cada 5 habitantes, o que totalizaria cerca de 60 mil animais.

Com essas ações o município não apenas preserva a vida dos animais, mas garante melhor qualidade de vida aos moradores, reduzindo o número de caninos e felinos abandonados pelas ruas. Esta situação vulnerável pode resultar em disseminação de doenças por conta da exposição humana perante estes animais soltos nas ruas sem receber qualquer tipo de tratamento.

Sou autora da lei 3935/06 que institui a Semana de Conscientização à Proteção de Animais, comemorada na primeira semana do mês de outubro. O objetivo da legislação em vigor é ampliar o debate em torno de temas ligados ao uso e comercialização; abate e consumo; tráfico e extinção; vivissecção; proteção e preservação e posse responsável. É um respaldo legal a ações de instituições que desenvolvem trabalhos neste sentido em Taubaté.

Ações como a dos voluntários da Associação Vida são estrategicamente importantes. Trata-se de um grupo de pessoas que dedicam parte de suas vidas à defesa e proteção dos animais, conhecidos como protetores independentes que, sozinhos, desenvolvem há anos ações para ajudar os animais de nossa cidade. A entidade promove a educação e conscientização sobre posse responsável, mutirão de castração, campanha de vacinação, apura maus tratos, realiza feiras de adoção. Mas a potencialização deste trabalho pode ocorrer com o apoio cada vez maior e planejado do Poder Público.

Ao mesmo tempo em que o Poder Público precisa investir com medidas saneadoras para estas ações, defendo a criação de mais um Centro de Zoonoses para atender a chamada parte baixa da cidade. É preciso ampliar esta corrente e contribuir com a busca do equilíbrio entre o que se quer e o que se pode ter com responsabilidade ao nortear nossas escolhas. Sejamos responsáveis...

Aqui, o artigo publicado originalmente no jornal "Gazeta de Taubaté", nesta terça-feira, 5 de novembro de 2013:


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