terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O nosso melhor presente

Pollyana Gama escreve artigo destacando o aniversário de Taubaté e a força de seus 368 anos

Pollyana Gama
Vereadora pelo PPS, escritora, professora
e mestre em Desenvolvimento Humano

A antiga Vila de São Francisco das Chagas de Taubaté, prestes a completar 368 anos na próxima quinta-feira, dia 5 de dezembro, foi o primeiro povoado do Vale do Paraíba a alcançar esta posição – de Vila – em 1645. Tornamo-nos uma cidade, em 5 de fevereiro de 1842. Contudo, dada a importância histórica dos atributos para a constituição de Taubaté como Vila, tem-se essa data como marco de seu desenvolvimento.

Esta antiga Vila é uma das poucas do interior paulista com participações importantes nos acontecimentos históricos do país. Daqui, por exemplo, partiram muitos bandeirantes que, ao descobrirem ouro em terras mineiras, se tornaram os fundadores de cidades históricas das Minas Gerais como Ouro Preto, Mariana, São João Del Rei, Tiradentes e, Campinas, já em São Paulo, entre outras.

Desde o período áureo do café, em meados do século XIX, quando mantínhamos mais de 80 fazendas produtoras, destacando-se como o município de maior produção na zona paulista, passando por Félix Guisard, pioneiro da industrialização no Vale do Paraíba e responsável pela criação da CTI (Companhia Taubaté Industrial), maior indústria de tecelagem em atividade no Brasil, nossa Vila, cidade, já demonstrava sua força.

Atualmente nosso município é o segundo maior polo industrial de nossa região ao abrigar empresas como Volkswagen, Ford, LG, Alstom, Usiminas, Cameron e Embraer (Centro de Distribuição e o Centro de Serviços Integrados – CSI). Aqui também acolhemos o Comando de Aviação do Exército brasileiro (Cavex), desde meados dos anos 1980.

Sua pujança é resultado de uma série de fatores que contribuem com o seu crescimento, a exemplo da localização geográfica: no eixo das duas principais capitais do país – Rio de Janeiro e São Paulo –, próximos do Litoral e da Serra da Mantiqueira. Uma das razões para o interesse de grandes companhias por investimentos.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), Taubaté possui hoje uma população estimada de 296.431 habitantes. O Censo de 2010 revela que o valor do PIB (Produto Interno Bruto) ´per capita´ do município há três anos foi de R$ 35.083,20, totalizando quase R$ 10 bilhões em riquezas produzidas na cidade no período. Acredito que esses números já sofreram avanços devido às novas instalações comerciais e industriais dos últimos anos.

Outro ponto favorável é constituirmos um polo educacional com variedade de cursos técnicos e de ensino superior que permitam a formação e capacitação da mão de obra local e regional. E no caso da Uniatu, contribui muito para pesquisas. No aspecto cultural colecionamos ícones como Monteiro Lobato, Amácio Mazzaropi, os irmãos Celi e Tony Campello e, atualmente, podemos acompanhar pelas vozes das jovens cantoras Hellen Caroline e Luana Camarah nossa cidade ser representada nacionalmente.

Olhando para estes dados, elencados de forma breve, é possível sermos envolvidos por uma áurea de agradecimento que só não se fixa de forma tranquila e permanente porque ao mesmo tempo em que “crescemos”, cresceram conosco problemas e desigualdades, muitos deles gerados e/ou acentuados por aqueles de quem a população ansiava por soluções.

Apesar do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado em julho deste ano, mostrar que Taubaté está entre as 100 melhores cidades do país para se viver, ocupando a 40ª colocação no ranking, não podemos fechar os olhos, por exemplo, para os núcleos de favelas existentes. O crescimento desses núcleos tem sido contido por meio de ações diversas como o Aluguel Social (algo que proponho desde 2011) colocada em prática pela gestão atual.

Quanto a educação, o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2012, confirma a permanência dos índices apurados em 2009 e o não cumprimento da meta estabelecida pelo Ministério da Educação. A meta 6,1 fixada para o 5º ano da rede pública que atingiu 5,4 enquanto o 9º ano, da meta 5,3 foi atingido 4,7 pontos.

Isso sem falar na saúde que acumula reclamações por parte do cidadão que poderia ser melhor atendido se houvessem estruturas preventivas e parcerias consolidadas, possibilitadoras da ausência de doença. Outros problemas sentidos por todos nós como mato alto, iluminação precária, entulhos, trânsito, violência e drogas são situações que reduzem consideravelmente nossa sensação de segurança.

Temos muito para agradecer e temos muito para fazer acontecer a Taubaté com Educação, Saúde, Segurança, Transporte, Trânsito que a população deseja e merece. Este sim será o melhor presente.

Veja o artigo publicado originalmente no jornal "Gazeta de Taubaté":


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