Caríssimos,
Ontem tomei posse como membro da Academia Taubateana de Letras. Agradecer é tão importante quanto compartilhar dessa alegria somada à responsabilidade por, a partir desta data, assumir o compromisso firmado pela entidade, desde 1998, quando seu idealizador, Prof. Aldo de Aguiar, deu início às suas atividades.
Pertencer à Academia Taubateana de Letras me faz refletir sobre o ideal de valorizar e fomentar a leitura, a literatura, principalmente, por sermos, nós, representantes desta arte e concidadãos de Monteiro Lobato, nosso mais emblemático representante.
Acredito que tudo tenha uma razão de ser. Ao tomar conhecimento de que tomaria posse da cadeira 38, fui buscar informações sobre o patrono de meu assento, Tharcílio Gomes de Macedo, confirmando essa minha crença.
Nascido em Itatiaia-RJ, Tharcílio foi co-fundador da UBT (União Brasileira de Trovadores), seção de Taubaté. Eis aí nossa primeira relação: considerado um grande e premiado trovador, Tharcílio é patrono da cadeira que hoje será ocupada por mim, Pollyana, filha de Mercia Gama, amante das trovas e minha grande incentivadora.
Pelas informações que recebi do amigo Urbano Patto, Tharcílio foi ferroviário e esta foi sua base para a militância do PCB (Partido Comunista Brasileiro ou “Partidão”). Novamente, nossas histórias se aproximam, uma vez que o partido do qual faço parte, o PPS (Partido Popular Socialista) apresenta as origens no antigo Partidão. Curiosamente, soube também que o Sr. Macedo era tão zeloso, que contribuía financeiramente com regularidade com o partido, dependendo, apenas, de alguém que buscasse sua mensalidade.
Quanto a mim, a experiência como escritora do livro infanto-juvenil “A menina que não queria dormir”, publicado pela Editora Cortez, e de textos de diferentes gêneros, ter sido considerada para que ingressasse nessa entidade, reforça meu compromisso com seu desenvolvimento constante a fim de contribuir com sua função social.
Atualmente, embora meu primeiro livro caminhe para sua segunda edição, convivo com a angústia de ter tantas outras histórias já iniciadas (algumas pelo fim, acreditem), mas que ainda aguardam a ‘lapidação’. Sinto que essas histórias querem de mim uma conexão total com a essência singular de cada uma delas. Espero que a convivência com os colegas, membros da ATL, ajudem nesse processo.
A escrita faz parte de minha vida como o acordar, o caminhar e o adormecer. É vivência. E assim, sigo escrevendo pequenos textos, poemas curtos inspirados em fotografias, registros, captações de momentos, da vida. Também como observadora de fatos do cotidiano social, escrevo artigos para jornais, com o anseio de refletir, compartilhar impressões e trocar experiências com os leitores.
Neste percurso até aqui, muitas pessoas passaram, passarão e outras tantas trilham comigo por esse caminho. Não poderia deixar de agradecê-las e dedicar-lhes este momento. A começar por minha mãe, Mercia Gama, já citada aqui; minha amada filha Maria Julia, fonte de inspiração de minhas histórias, com minhas sobrinhas, filhos e filhas de amigas, crianças, adultos, personagens da minha imaginação; amiga Silvia Ambrogi de Siqueira Aguiar; Editora Cortez, nas pessoas do querido Marcel que lá me abriu portas e do nosso editor Amir Piedade; meu querido marido Davi Zaia, leitor assíduo, crítico, com quem adoro cultivar leituras.
Dedico, de forma especial, à saudosa Judith Mazela – sei de sua torcida por mim para participar da Academia desde 2005, quando eu realizava mensalmente o projeto “Leitura na Praça”; e ao meu pai, que hoje estaria muito feliz ao meu lado, com mais esse passo dado.
Meu sincero agradecimento a cada um dos membros de nossa Academia Taubateana de Letras por validarem essas experiências e concederem a mim e a mais quatro colegas essa distinta honraria.
Sinto que cada detalhe desse só é possível por Deus soprar em nós a vida. Por isso, principalmente a Ele, toda gratidão e toda a honra desse momento.
Seguirei fazendo minha leitura do mundo e, por meio das palavras, buscarei expressar esse meu olhar.
Pollyana Gama
Taubaté, 13/04/2015
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