Casa de prefeito é alvo de 'panelaço' de merendeiras

Com salários atrasados, elas 'acordam' Peixoto e ameaçam suspender atividades nas escolas e creches de Taubaté

BOM DIA TAUBATÉ

A casa do prefeito Roberto Peixoto (PMDB) foi alvo de novo protesto em Taubaté. Após os mototaxistas na semana passada, ontem foi a vez de cerca de 50 merendeiras se reunirem para reclamar dos salários atrasados.

Com panelas e colheres nas mãos, elas 'acordaram' o prefeito para reclamar da falta do pagamento de dezembro, entrega de cestas básicas e outros benefícios que deveriam ser realizados pela empresa EB Alimentação Escolar, contratada pelo município para o serviço na rede municipal.

O sindicato da categoria ameaçou suspender as atividades caso as 360 merendeiras não recebessem os vencimentos. "Sabemos que a prefeitura está com os pagamentos em dia com a empresa mas há uma cláusula no contrato que diz que a prefeitura é responsável subsidiária", disse Adilson Castilho, diretor do sindicato.

Após o protesto, o grupo se reuniu com o prefeito. "A prefeitura paga religiosamente a EB. Vamos notificar e, se ela não corresponder, vamos rescindir o contrato", disse Peixoto. A prefeitura paga R$ 20 milhões ao ano à EB. O salário das merendeiras é de R$ 590.

"O protesto só aconteceu em último caso. Isso não se faz, temos filhos para sustentar", disse a merendeira Michele Moraes, 28 anos. Pela manhã, as creches da Santa Terezinha e São Gonçalo ficaram com as cozinhas fechadas.

Empresa.
No final da tarde, a EB depositou o pagamento do grupo. A empresa não comentou sobre as demais reivindicações da categoria.