sexta-feira, 27 de abril de 2012

“Pronto Socorro Infantil: diagnóstico x realidade”


Pollyana Gama
vereadora no 2º mandato pelo PPS de Taubaté

O tempo é o senhor da razão. Essa frase atribuída ao escritor francês Marcel Proust sintetiza a análise que fizemos em fevereiro deste ano. Na época, escrevi um artigo publicado pelo jornal “O Vale”, motivada pelo tema da Campanha da Fraternidade sobre saúde pública, prevendo e alertando para as dificuldades e a falta de capacidade do “novo” Pronto Socorro Infantil (PSI) de Taubaté, inaugurado em janeiro pela Prefeitura, anexo ao Hospital Universitário (HU).

Naquele texto, destacávamos parte da fiscalização que fazemos, ao longo dos mandatos, relacionado ao sistema de saúde de nossa cidade. Em um dos trechos escrevi que “em Taubaté inaugurou-se o novo PSI (Pronto Socorro Infantil) anexo ao Hospital Universitário (HU), atendendo orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto à retaguarda para internações emergenciais. Resolvido? Gostaríamos que sim, mas a realidade revela problemas como o loteamento do HU que submete o paciente a uma fila de espera e o retrocesso na capacidade de leitos (de 18 para 4) que só será percebido pela população, segundo médicos especialistas, a partir do 2º trimestre de 2012, quando aumenta, por exemplo, em 30% os quadros virais respiratórios. Isso sem falar na dificuldade de acesso localizado numa das avenidas mais movimentadas e congestionadas da cidade. Ação reducionista”.

Exatamente quatro meses após o nosso diagnóstico, no final do primeiro mês do segundo trimestre, infelizmente, a previsão se confirma com o aumento da procura pela unidade e as deficiências estruturais para dar conta de tantas crianças. Tal medida da Prefeitura tem caráter provisório, pois não consegue atender a demanda por uma razão simples: falta planejamento, projetos, e consequentemente há desperdícios de recursos públicos.

Quando fizemos apontamentos referentes ao PSI, em termos estratégicos, nossa afirmação foi extremamente realista, pois, de antemão, por meio de fundamentação técnica, prevíamos que as medidas adotadas pela Secretaria de Saúde trariam esses problemas.

O planejamento é base fundamental para a consecução da gestão pública moderna, eficiente e que tem por meta a satisfação do bem estar da população. Infelizmente, a atual administração trabalha na contramão desses princípios, trazendo constantes prejuízos àqueles que necessitam utilizar os serviços públicos.

Acreditamos que essa triste realidade possa ser mudada desde que a administração pública esteja técnica e profissionalmente preparada e, acima de tudo, compromissada com os interesses da população.

27/04/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário