Pollyana foi a oradora oficial da Solenidade em comemoração ao Dia do Cientista, que homenageou os professores Dr. Edson Trajano Vieira e Dr. Julio César Voltolini, da Unitau.
Confira o discurso da vereadora:
Sinto-me muito à vontade para falar sobre o Dia do Cientista por ter sempre acreditado no Poder do Conhecimento. Sempre afirmei que a construção de um país mais desenvolvido e justo socialmente passa necessariamente pelo investimento na Educação e na Ciência.
Confira o discurso da vereadora:
Sinto-me muito à vontade para falar sobre o Dia do Cientista por ter sempre acreditado no Poder do Conhecimento. Sempre afirmei que a construção de um país mais desenvolvido e justo socialmente passa necessariamente pelo investimento na Educação e na Ciência.
Nosso
atual cenário econômico nos leva a refletir sobre a importância de se enxergar
ciência e a educação como prioridades.
Aliás,
fazendo uma parêntese, é importante destacar que a Ciência e a Educação são
áreas correlatas e que não podem jamais se desassociar. Deste modo, para se
começar a investir na Ciência e nas atividades científicas em nosso país, é
essencial que se invista primeiramente em uma Educação Básica de qualidade, que
propicie aos estudantes uma visão empreendedora, abrangente e um interesse pela
Pesquisa e Soluções Sustentáveis para as nossas principais agendas.
Mas
voltando ao cenário econômico... Já não é de hoje que observo o movimento de
nossa engrenagem econômica e os resultados diretos trazidos pela falta de
investimento em Pesquisa, Conhecimento e Tecnologia em nosso país.
Digo
isso porque sendo o Brasil um grande exportador de commodities, isto é, matéria-prima bruta, torna-se inadmissível
observar que compramos de volta dos países que investem em Ciência os produtos
finais, resultados da transformação de nossas riquezas.
Sendo
mais clara, o movimento acontece assim: O Brasil manda a matéria-prima in natura, e os países ricos, que
investem no conhecimento e na criação de tecnologia de ponta os transformam
para vender de volta ao Brasil, por um preço muito mais alto, o produto
acabado.
Então
falta-nos a capacidade de produzir? Não! Faltam-nos investimentos, sobretudo do
setor privado, pois, ainda que os dispêndios nacionais em Ciência e Tecnologia
tenham apresentado crescimento, chegando a R$ 85,6 bilhões, segundo dados
apresentados pelo Governo Federal, referentes a 2013, isso representa apenas
1,66% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
E
digo isso porque além desse movimento dos produtos que exportamos e importamos,
devemos também destacar e lamentar porque exportamos cabeças pensantes. Gente
talentosa, que se dispõe a gerar pesquisas de extrema relevância para o país,
mas que não é estimulada a produzir.
Nessa
mesma engrenagem da cadeia produtora, observamos brasileiros que, para dar
andamento aos seus estudos, precisam recorrer a institutos internacionais.
Esses pesquisadores recebem estímulos e investimento e, ao se tornarem
estudiosos de destaque mundial acabam sendo absorvidos pelos grandes Centros de
Pesquisas Internacionais. Então, aquele produto oriundo de matéria-prima
brasileira passa também pelas mãos de profissionais brasileiros para retornarem
ao solo brasileiro como produto dotado de valor agregado e, consequentemente,
com valores muito mais altos.
Logo,
diante dessa realidade, concluímos que também no campo da economia há de se
apontar que a falta de incentivo à Produção Científica colabora para um mercado
profissional restrito e até obsoleto.
Como
já disse em outras oportunidades, concluí há pouco tempo o Mestrado em
Desenvolvimento Humano pela Universidade de Taubaté. Aliás, abro aqui outro
parêntese para dizer que, ainda que presenciemos uma realidade tímida no campo
da produção científica, podemos dizer que é um orgulho ver a Unitau como
instituição que contribui para o fomento de estudos científicos.
Voltando...
Ao realizar meus estudos para a dissertação de Mestrado, fiz uma pesquisa entre
licenciandos de nossa região e lamentavelmente constatei em meus estudos, entre
outros apontamentos, a acentuada e crescente falta de interesse pela docência
na área de Exatas.
Percebo
estes dados como um importante indicador da falta de investimento na formação
humana e, por consequência na impossibilidade de se estimular e capacitar
nossos jovens ao universo científico.
Contudo,
a solenidade do Dia do Cientista tem
o propósito de celebrar. E por isso, destaco pequenas iniciativas que
incentivam a produção científica e a busca pelo conhecimento. No último sábado,
vi pela TV, um quadro no programa de Luciano Hulk que estimula jovens que
desenvolvem a capacidade empreendedora com projetos de pesquisa. A baiana
Geórgia Gabriela então apresentou seu projeto ENDOMETRIOSE, com a finalidade de produzir um kit de exames de
baixo custo, acessível e pouco invasivo para o diagnóstico dessa doença que
acomete milhões mulheres no Brasil e no mundo.
A
estudante de 19 anos não se intimidou com os obstáculos e a falta de incentivo
que encontrou em nosso país e, ao tomar conhecimento de um concurso para jovens
pesquisadores em Havard, nos Estados Unidos, se inscreveu e foi uma das cinco
selecionadas. E não parou por aí: Os estudos de Geórgia ganharam proporção e
ela foi selecionada para 10, isso mesmo: 10 INSTITUIÇÕES DE ENSINO AMERICANAS
para estudar e desenvolver a sua pesquisa.
(Mais
um talento brasileiro reconhecido fora daqui).
Já
no âmbito regional, podemos destacar ações como as desenvolvidas pelo Núcleo de
Pesquisas Econômico-Sociais (NUPES), da Unitau, que contribui na formatação de
dados indicadores para diversas áreas sociais. Dentre as principais, podemos
destacar os apontamentos realizados sobre as variações da Cesta Básica e dos
índices de empregabilidade regional.
Muitos
podem não saber, mas pesquisadores da nossa Universidade de Taubaté compuseram,
por exemplo, a equipe de criação de tecnologias para a produção das Urnas
Eletrônicas, usadas nos processos eleitorais de nosso país e, hoje,
reconhecidas por outros países como um dos métodos mais seguros e eficientes de
votação em todo o mundo.
Portanto,
ao tomar conhecimento dos dois lados – da falta de investimento, mas também das
iniciativas de fomento à Ciência – , podemos aqui refletir e concluir que somos
capazes, somos potentes, mas precisamos tomar posse do conhecimento e nos
tornarmos protagonistas da história que queremos construir para o futuro de
nosso país. E o futuro requer conhecimento!
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HOMENAGEADOS
E
como citamos, não podemos deixar de reconhecer que temos o nosso patrimônio
científico. Um deles é, sem dúvida, o Prof. Dr. Edson Trajano Vieira, que é
formado em Economia pela Universidade de Taubaté, Mestre também
em Economia, pela Universidade Mackenzie e Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP).
Professor
Trajano, como é conhecido, atualmente é professor e Pesquisador da Universidade
de Taubaté, onde desempenha as funções de Diretor do Instituto Básico de
Humanidades; Professor dos Programas de mestrados: Planejamento e
Desenvolvimento Regional e Gestão e Desenvolvimento Regional; Professor de
Graduação nos departamentos de Ciências Sociais e Letras e Economia, Administração
e Ciências Contábeis; Pesquisador do NUPES – Núcleo de Pesquisa Econômicas e
Sociais; Coordenador de dois projetos de pesquisa na área de Economia Criativa
e desenvolvimento regional; Coordenador de dois projetos de extensão na área de
economia solidária e desenvolvimento regional; um dos coordenadores do Projeto
Rondon e Coordenador do Curso de Especialização Política e Sociedade no Brasil
Contemporâneo. Além disso, é também professor, em tempo parcial, do Centro Universitário Módulo de
Caraguatatuba.
É autor de uma extensa lista de trabalhos científicos, dos
quais destacamos dezessete artigos publicados em
periódicos (revista científica, anexo A) nacional e internacional nos últimos 3
anos, e a produção de capítulo de livro publicado e relatórios técnicos de
pesquisas realizadas pelo NUPES.
Ao ler seus incontáveis títulos, chamaram a
minha atenção e despertaram o meu interesse os trabalhos A Educação como ferramenta para o Desenvolvimento, publicada
na revista MERIDIANO, de Buenos Aires, na Argentina e o artigo A Relevância da atividade empreendedora
para o Desenvolvimento Econômico de um país, publicado na revista CIENTÍFICA ON-LINE TECNOLOGIA GESTÃO
HUMANISMO – FATEC – São Paulo.
Além de sua contínua produção científica, e sempre com o propósito de contribuir nas discussões econômicas e se utilizando de sua atuação como pesquisador, Professor Trajano também é Colunista semanal do jornal O VALE – Coluna Seu Bolso; Comentarista de Economia do Jornal Novo Tempo, da TV NOVO TEMPO; Comentarista de Economia do Programa Santa Receita, da TV Aparecida e Comentarista de Economia da Rádio Cultura de Taubaté.
Por ser um entusiasta da Pesquisa e da produção
do Conhecimento, o professor merece nossos agradecimentos e nossos aplausos!
Nosso próximo homenageado é o Professor Dr. Julio César Voltolini, que é formado em
Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Mestre em Zoologia (Ecologia
de Mamíferos) pela Universidade de
São Paulo (USP) e Doutor em Biologia
Vegetal (predação e dispersão das sementes) pela Unesp.
Professor Julio é professor concursado pela
Universidade de Taubaté, onde leciona Ecologia, Bioestatística, Evolução. Foi
também, entre 1998 e 2008, membro da comissão que administra as monografias de
conclusão de curso e coordenador do Grupo de Pesquisa e Ensino em Biologia da
Conservação (ECOTROP). Atuou como professor convidado da UNESP de Botucatu,
ministrando disciplinas de pós-graduação em Estatística aplicada a Ecologia e
nos cursos de Ecologia de Campo da UNICAMP, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
Atuou
como professor convidado e bolsista da CAPES no Plano Nacional de Formação de
Professores da Educação Básica (PARFOR). Foi professor convidado do Programa de
Doutorado do Instituto Gulbenkian (África - Cabo Verde), além de ter sido
editor-chefe da Revista Biociências.
Atualmente,
presta serviços de assessoria em delineamento experimental e análise
estatística. Ministra cursos de Ecologia de Campo e Estatística. É membro
eleito da diretoria da Sociedade de Ecologia do Brasil (SEB) e membro da
International Association for Statistical Education.
Em
sua trajetória, participou de trinta congressos no Brasil e nove no exterior.
Possui cento e vinte trabalhos apresentados em congressos no Brasil e oito no
exterior. Devido ao interesse em educação, oitenta destes trabalhos são, em sua
maioria, parte de projetos desenvolvidos por alunos de graduação nas
disciplinas de Ecologia, Educação para Ciência e Bioestatística.
Nosso
homenageado atuou como professor universitário em quatro instituições de ensino
e pesquisa e orientou cinquenta monografias de graduação.
Suas
áreas de interesse são a Biologia da Conservação, Ecologia teórica, Ecologia de
Mamíferos, Ecologia de Palmeiras, Predação e Dispersão de Frutos e Sementes,
Ecologia de Dossel, Estatística aplicada a Ecologia, Métodos de Campo em
Ecologia e principalmente em ensino de Biologia da Conservação e Estatística
através de cursos de campo.
Seu
currículo se estende a muito mais do que esse resumo, o que demonstra sua
incondicional dedicação ao conhecimento e sua significativa contribuição no
desenvolvimento e no avanço de questões relacionadas à Vida. Por seus feitos,
Prof. Julio Voltolini merece o nosso reconhecimento e uma grande salva de
palmas.
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