Pelo
segundo ano, desde a aprovação do decreto nº
441/2013, de minha autoria, a Câmara Municipal de Taubaté faz questão de
registrar o Dia Municipal do Ostomizado,
que é comemorado no dia 16 de novembro.
Ao
ocupar parte de uma sessão ordinária para tratarmos deste assunto, nos colocamos
dispostos a refletir sobre as condições de vida dessas pessoas e,
principalmente, sobre a superação de todas elas que, apesar das inúmeras
dificuldades, procuram seguir sua rotina da forma mais natural possível.
É
importante esclarecer que a Ostomia é um procedimento cirúrgico que
consiste na abertura de um órgão como, por exemplo, algum trecho do tubo
digestivo ou urinário, para fazer a comunicação com o meio externo. É um
procedimento que cria um novo caminho para urina e fezes, se utilizando do
auxílio de bolsas coletoras.
Em nossa região, a Associação
Valeparaibana de Ostomizados, presidida pelo Sr. Mario Romero, realiza um importante trabalho aos pacientes com
ostomia, dando-lhes total apoio no sentido de esclarecimento sobre as diversas
questões relacionadas à ostomia, bem como na busca pelos direitos diante da
nossa sociedade que nem sempre está aberta à inclusão.
A Associação também auxilia muitos pacientes com o
fornecimento de bolsas coletoras, já que, segundo informações que obtivemos,
embora a Diretoria Regional de Saúde - XVII tenha apresentado uma pequena
melhora na disponibilização de bolsas coletoras, o material ofertado ainda não
atende as necessidades dos ostomizados.
Desde que conheci o trabalho da AVO, alguns avanços foram
registrados, como, por exemplo a realização de cursos de capacitação aos
profissionais de saúde que lidam diretamente com pessoas ostomizadas, por meio
de uma parceria entre o município e a Universidade de Taubaté, que tivemos a
iniciativa de solicitar por meio de requerimento.
Ao tomarmos consciência da importância de um olhar sensível a
essas pessoas, que, de acordo com a Lei
Federal 5.296/2004 são consideradas pessoas com deficiência, percebemos que
assim como cada um de nós, indivíduos com ou sem deficiência, todos têm as suas
necessidades especiais.
E é por isso que os vereadores Gorete e
Diego, por exemplo, apresentaram projetos de lei que tratam sobre o uso
especial e a isenção de pagamento de tarifa de transporte coletivo aos usuários
ostomizados.
Também com esse olhar sensível o vereador Nunes Coelho apresentou a proposta de
que os banheiros públicos tenham adaptações especiais às pessoas ostomizadas.
A realidade para os pacientes ostomizados é distante do que
seria o necessário. Mas hoje, felizmente podemos perceber que alguns passos
foram dados. E é por isso que hoje estamos aqui, no Dia Municipal dos Ostomizados para lançar o convite a toda a
população para caminharmos juntos rumo a uma sociedade ideal.
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Para marcar essa data, homenageamos a Sra. Angela Boccara, que é formada em
Enfermagem pela Universidade de São Paulo, especialista em Saúde Pública pela
Universidade de Taubaté e Enfermagem em
Estomaterapia pela Universidade de São Paulo.
Dra.
Angela também é mestre e doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo, sendo atualmente professora assistente do
Departamento de Enfermagem da Unitau e coordenadora do curso de especialização latu senso de Enfermagem em
Estomaterapia da mesma instituição.
Sempre envolvida com o tema, a Dra. Angela, que é presidente
da Associação Brasileira de Enfermagem em Estomaterapia, foi a primeira
coordenadora do Programa de Assistência aà pessoa estomizada da região. Foi ela
quem organizou o serviço de atenção à pessoa estomizada do Centro de Saúde I de
Taubaté, hoje conhecido como Ambulatório Regional de Especialidades.
Dr. Angela foi grande estimuladora da criação da Associação
Valeparaibana de Ostomizados – a AVO - , participando da sua elaboração e,
principalmente da sua manutenção.
Com sua sensibilidade, sempre esteve junto das pessoas
ostomizadas da região, dando todo apoio necessário, inclusive criando a
mantendo o curso de especialização em estomaterapia aqui em nossa região, que é
o terceiro no Brasil, de forma a contribuir com a formação de profissionais
para a assistência às pessoas que necessitam de cuidados especializados.
Por sua trajetória em favor dos pacientes ostomizados, Dra.
Angela recebe hoje as nossas homenagens e os nossos aplausos.
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Na oportunidade, também queremos homenagear a dona Therezinha Bondioli de Oliveira, que
desde 1984 é ostomizada. Dona Terezinha é atuante na causa, participante ativa
dos encontros dos ostomizados e uma grande conselheira e orientadora das
pessoas que passam pelo procedimento.
Conforme chegam os novos ostomizados, é ela quem sempre tem
uma palavra de informação, de acolhimento e sensibilidade para recebê-los.
Por sua garra e sensibilidade como ser humano, dona
Therezinha também recebe nossa salva de palmas!